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    A DG é uma doença autoimune crónica, geneticamente muito complexa e comum e está associada ao desenvolvimento de complicações cardíacas e oncológicas. Assim, o diagnóstico precoce e uma terapia apropriada são o melhor controlo das manifestações da doença. São realizados muitos estudo na área a fim de se conhecer o modo como interagem os fatores genéticos, ambientais e endógenos para serem desenvolvidos novos e mais precisos métodos de diagnóstico e tratamento.

Sobre

A Doença de Graves (DG) é uma doença autoimune da tiroide  que se manifesta pelo hipertiroidismo caraterizado pela presença de um bócio e, às vezes, oftalmopatia e dermopatia. 

Patógenese

Os processos imunológicos responsáveis pela DG são poucos conhecidos. Nesta doença, os linfócitos T reagem com os antigénios tiroideus aumentando a sua atividade. 

Suscetibilidade

A suscetibilidade para a DG é determinada por um conjunto de fatores genéticos, ambientais e endógenos. A maior suscetibilidade feminina e a ocorrência familiar apontam para a suscetibilidade genética da doença, pelo que, provavelmente, os fatores genéticos são predominantes. O stress, o tabagismo e a carência/exposição ao iodo constituem fatores endógenos e ambientais determinantes.

Diagnóstico

O diagnóstico da DG é baseado nas três manifestações que caraterizam a doença – hipertiroidismo, oftalmopatia, dermotapia. O diagnóstico centra-se em duas componentes, sendo uma física e outra laboratorial.

Tratamento

Cada uma das três principais manifestações da DG apresenta uma terapia própria que consiste no controlo dos sintomas não havendo um tratamento definitivo. 

DG e Complicações Cardíacas

 

A DG está associada a um elevado nível de hormonas da tiroide no plasma sanguíneo. O excesso destas hormonas tem um efeito direto nos miócitos do músculo cardíaco e na sua vascularização, o que resulta numa série de complicações cardíacas designadas de doenças THD. Estas doenças podem causar uma baixa frequência cardíaca, fibrilação auricular, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva.

Pacientes com DG apresentam uma superior taxa de mortalidade relacionada com tromboembolismo pulmonar causado por fibrilação auricular. (1)

Geralmente, a administração de droga anti-tiroideia e beta-bloqueadores no tratamento da DG é suficiente para normalizar estes defeitos cardíacos.

Além disso, da interação das hormonas tiroideias com os neurotransmissores regulatórios das atividades cerebrais pode resultar um distúrbio mental. (1)

 

(1) Iryna Tsymbaliuk, Dmytro Unukovych, Nataliia Shvets, Andrii Dinets. Cardiovascular Complications Secondary to Graves’ Disease: A Prospective Study from Ukraine (2015)

DG e Cancro

 

Introdução

 

A deteção de nódulos na tiroide em pacientes com DG é um acontecimento comum, sendo estimada uma prevalência de 10-35%, e o tratamento clinico destes pacientes permanece controverso. (1) Atualmente, a prevalência dos variados tipos de cancro da tiroide na DG é de 0.4-10%. Estas manifestações clínicas são muito variadas, algumas sem importância clínica e outras muito agressivas. Uma vez que o risco de desenvolver cancro da tiroide na DG é bastante elevado, é importante o tratamento e o diagnóstico destes pacientes. (2)

 

Métodos

 

Durante 10 anos, de 2002 a 2012, 423 pacientes com DG foram sujeitos a tratamento. Nenhum dos pacientes apresentava histórico familiar de cancro da tiroide ou doença autoimune e nenhum havida anteriormente sido exposto a radiação na zona do pescoço. Os dados clínicos e as ultrassonografias dos nódulos na tiroide encontrados foram guardados.

 

Resultados

 

Foi diagnosticado cancro da tiroide em 58 dos 423 pacientes (13.7%).

Verificou-se também que a prevalência dos nódulos aumentava significativamente com a idade, sobretudo os casos de múltiplos nódulos.

A prevalência de nódulos encontrados nas mulheres foi ligeiramente superior que nos homens. No entanto, esta comparação não foi estatisticamente significativa (p>0.05).

Dos 96 pacientes com nódulos, 25 tinha um único nódulo e 71 tinha múltiplos nódulos. No entanto, verificou-se que o cancro da tiroide foi mais frequente em pacientes com um único nódulo (56.0%) do que com múltiplos (45.1%).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conclusão

 

Assim, conclui-se que os doentes de DG são muito suscetíveis ao cancro da tiroide e que qualquer nódulo deve ser analisado e tratado, especialmente em pacientes mais novos. Como uma forma de diagnóstico não evasivo, a ultrassonografia revelou-se bastante útil, se usada de forma rotineira, para a deteção de nódulos potencialmente malignos.

 

 

 

 

 

Referências:

(1) M. Vlad, M. Cornianu, F. Lazar, I. Golu, I. Zosin. Graves’ Disease And Follicular Thyroid Carcinoma Case Report (2009)

(2) Meng Ren, Mu Chao Wu, Chang Zhen Shang, Xiao Yi Wang, Jing Lu Zhang, Hua Cheng, Ming Tong Xu, Li Yan. Predictive Factors of Thyroid Cancer in Patients with Graves’ Disease (2013)

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